quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A CENSURA




       
Muitos brasileiros foram perseguidos e até presos por tentarem expor suas idéias, à população, idéias essas que iam contra o regime imposto na época pela ditadura militar, o governo controlava a população brasileira, fazendo-os acreditar que essa repressão era um argumento de defesa contra o perigo comunista.
       Várias foram as pessoas presas e até exiladas porque não podiam expor suas idéias, sejam através de livros, de jornais, meios de comunicação, como rádio, televisão etc.
        Entre 1968 e 1978 mais de 600 filmes, 500 peças teatrais, vários livros e assuntos escolares foram proibidos pela censura. Mas no campo da produção cultural quem mais sofreu com a repressão foi a Música Popular Brasileira, tratada pelo Estado como causadora de mal à população, ofensiva às leis, à moral e aos costumes. A música tem uma capacidade própria de tomar o subconsciente das pessoas e propagar idéias, foi justamente o que causou maior atenção dos censores com os compositores, muitas vezes as músicas eram barradas apenas pelo título escolhido por seu criador. Muitos autores foram presos ou expatriados, discos foram vetados ou recolhidos e algumas canções permaneceram desconhecidas do público.
         Um dos mais perseguidos e que encabeça uma grande lista de nomes durante a ditadura militar foi Chico Buarque. Os compositores utilizavam de recursos de duplo sentido para propagar suas idéias e conseguir driblar os censores que só se davam conta do verdadeiro significado depois do sucesso da música, como é o caso de Cálice, composta por Chico Buarque. O próprio título da música já faz um jogo sonoro com a expressão “cale-se” e seus versos são todos mascarados trazendo para os mais atentos a realidade opressiva que governava o Brasil. Chico Buarque, Vandré, Caetano Veloso e Gilberto Gil se exilam, os dois últimos após serem presos (Gil despede-se no samba "Aquele abraço").
        É exatamente por isso que ela é muito mais eficaz: pois usa a máscara da “democracia”. Tem-se a ilusão da liberdade, e a mídia corporativa colabora decisivamente para que isso se mantenha: por sua insistência em apresentar-se como “imparcial” – utilizando-se de uma nebulosa entidade chamada “opinião pública” para justificar o viés dado a cada notícia –, é vista como “autoridade” por muitas pessoas, logo, detém um poder simbólico sobre elas, que só acreditam que determinados acontecimentos são reais se noticiados em certos jornais ou revistas.
Como já disse, a censura era política, pois era fruto do abuso do poder político. Hoje, ela é econômica devido ao abuso do poder econômico. Elegemos parlamentares, prefeitos, governadores e até presidentes, mas a maioria deles se submete à vontade de grandes corporações e organismos como o FMI – e não nos é dado o direito de escolher quem comanda tais entidades.
         A repressão aos intelectuais da época é intensa, após a Faculdade de Filosofia ser metralhada, vários de seus professores são demitidos entre eles o arquiteto Oscar Niemeyer, o sociólogo Josué de Castro, o economista Celso Furtado, os educadores Anísio Teixeira e Paulo Freire, após essa investida, a polícia militar invadiu a Universidade de Brasília, que perde 210 professores, 1500 jornalistas são demitidos. Herivelto Martins, Mario Lago, Jorge Goulart, Wanda Lacerda, Dias Gomes, Nora Ney, Oduvaldo Viana, Paulo Gracindo e Jorge Veiga são alguns dos artistas perseguidos.
         O "início dessa barbárie", aconteceu devido à Lei de Segurança Nacional, que transformava todos aqueles que não concordavam com o governo em "Inimigos do Estado", e possivelmente a favor da "Ameaça Comunista".
A interpretação de Liberdade, terminava, onde começavam os Atos Institucionais (medidas e leis para controlar uma possível situação, que estivesse fora de controle), que eram a única saída para conter a população, ansiosa para escolher seus governantes pelo voto direto.
Suas idéias foram expostas; sem dúvida, houve um crescimento da economia; seus fatos ficarão para sempre na história do país e na lembrança dos familiares de vários desaparecidos políticos.






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